Filósofo da
tolice, néscio que se emociona com suas próprias palavras infundadas e vazias,
levado a crer em si mesmo por suas próprias mentiras. Sobre seus olhos e
ouvidos há um filtro deturpador do pleno, e por isso sua boca só profere engano
para si mesmo e para quem se põe a crer. Cego porque o entendimento não habita
seu ser, sua alma, e é na alma que Deus fala com o homem, e uma vez que só
escuta suas próprias palavras sua voz sobrepôs o toque do espírito, e tendo se
alto idolatrado se pôs como sábio, e como sábio foi aceito.
É bem mais fácil
sentir-se livre com doutrinas facilitadoras do que sustentar-se a uma verdade
que fala sobre o que é preciso ser falado e não o que deseja ser ouvido.
Há tantos e
tantos filósofos da tolice que quando surge um homem de boa fé custa-se a
acreditar, o mundo prefere flores a frutos, os atalhos do homem só os levaram
para longe da verdade.
É muito mais
confortável se apegar a qualquer verdade do que ser posto a buscá-la, do que
buscar a sua própria. A tolice é tão mais atraente, é tão mais aplaudível e
aclamada que nem percebe-se que sugestiona-se a crer promovendo auto-sugestão.
Mas quando a
crença é abalada o desconforte floresce, a duvida cresce e o desespero faz
querer achar um culpado, é quando a consciência faz os sentidos submergir em
introspectividade, isso não é regra, mas a partir daí inclina-se mais ao
espiritual, passasse a buscar um maior fundamento, uma certeza maior.
O filosofo da
tolice então começa a perder ouvidos, perder atenção. É bem verdade que
enquanto humanos nunca alcançaríamos respostas finais, nem se saberia saber mais
do que nos foi proposto saber. No fim, os ouvintes não se saciam apenas com
relativismo eloquente emocionalista, uns se põe a buscar mais sentido, outros
não, enquanto que o filosofista da tolice perceberá em seus próprios discursos
a desnutrição substancial, e seus seguidores do descontento dos resultados que
suas palavras não trouxeram.
Sóstenes Ponderando