quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Divina Deidade





Os olhos dela são pura energia, são deflagradores de amor, de prazer indecifrável, de sentimentos mil, de afetos insondáveis. É ternura e “malicia”, é um anjo de ardor, porque faz arder à alma, apazigua o espírito. Tão bondosa e preza pelo correto, é possuída de genialidade, portadora de uma beleza tal, seus próprios poros exalam maravilhas, perfeição. Seus lábios é porta de entrada do paraíso, sua saliva entorpecente, seu fardo é possessão porque possuir por total quem esta a mercê de sua magia, de sua deidade. Eu não sei se sou capaz de toca-la ao menos no rosto, ao menos em suas mãos, sua pele ao toque pode levar a loucura, sua voz ao gemido a insanidade total. Se desfazer em seus braços do perfeito amor é alcançara eternidade, o poder a partir da unidade, da junção..., do encaixe pleno de duas almas, dos corpos em desespero por querer invadir um ao outro. Sem fim, sem meio, sem começo, apenas o infinito, apenas um mundo, apenas uma verdade.


(Inspirado por uma Dama tal...)
Sóstenes Nunes

Das palavras


                                           
Não um poeta da perfeição, não sou perfeito, mas um poeta da realidade, da simplicidade, da verdade, ou da inverdade da ficção, não chega a ser pecado, Deus que me perdoe, me lapide e me aperfeiçoe. Sou capaz de transformar minha dor em poesia, pela graça divina, não que seja justo, porque indigno sou. Meu amor é meu algoz e minha felicidade, meu prazer e meu desprazer, meu Deus o que fazer?! Constantemente me vejo “possesso” da poesia, ela vem e me toma, naufraga minha alma em densos pensamentos e sentimentos. Não um poeta da perfeição, porém tão imperfeito e consciente disso que chega a ser “perfeito”, ao menos na poesia antibiótica, veneno contra a dor, antídoto contra o vírus do desamor. Não um poeta santo, como quem dizem ser, apenas um pecador, aquele que peca e se contrita ao perdão, no apelo, na petição, o poeta feliz com sua infelicidade, não conformado com inconformidades padronizadas, que nadam significa, em nada edificam. Não um poeta mundano, não desse aqui, mas de um mundo que é o meu, mas ainda não o adquiri, não tive acesso em fim, contento-me descontentado ao menos com a poesia que vem de lá, que me toma por possesso, me torna apenas um poeta. 

Sóstenes Nunes