terça-feira, 8 de março de 2011

O juiz


Cristofer estava farto , a cada noticia de injustiça sua ira era ascendida e sua alma tomada de furor ‘’ a coisa não era bagunçada assim não’’  como ele sempre dizia.
Ele acreditava na justiça eficaz e esmagadora mas ele sabia que na pratica não era o que acontecia, Cristofer  costumava falar disso com seus conhecidos mas a maioria o tinham como idealista-fundamentalista.
Cristofer  nunca aceitou as coisas como elas eram, não aguentava mas esse sistema, não suportava mas sua existência nesse mundinho.
Certo dia quando estava voltando para casa a noite presenciou uma cena de assalto onde o criminoso abordava uma mulher Cristofer não pensou duas vezes e interviu achando que o meliante não estava armado. Cristofer e o meliante entraram em luta corporal Cristofer arrancou das mãos do meliante a bolsa da mulher o meliante então se evadiu do local mas enquanto fugia sacou uma arma e efetuou três disparos acertando Cristofer em cheio que com impacto foi ao chão. A mulher desesperada gritava pedindo por socorro pegou então seu aparelho celular e ligou para o resgate, ficou ali ao lado dele aguardando a chegada do resgate o acalmando dizendo que iria dar tudo certo mas infelizmente   não foi o que aconteceu e Cristofer veio a falecer.
Minutos após chega o resgate e a policia, a família de Cristofer foi avisada todos entraram em desespero e foram mais que de pressa para o local do ocorrido fazer o reconhecimento do corpo , logo após o corpo foi levado para o IML.
No dia seguinte os familiares de Cristofer forma ao IML obter a liberação do corpo de Cristofer para que pudesse ser feito o velório mas quando chegaram na sala onde ficavam os corpos, na maca onde era para esta o corpo de Cristifer havia apenas a etiqueta com seu nome. A família dele cobrou explicações e agora além da investigação em que  circunstância  se deu a morte dele outra foi instaurada sobre o desaparecimento de seu corpo, naquele mesmo dia e na presença de seus familiares foram avaliadas as imagens das câmeras de segurança mas nada, nas ultimas horas ninguém havia passado diante delas com corpo algum.
Seis dias se passaram e nada do corpo de Cristofer  aparecer prova alguma foi encontrada e ninguém tinha visto nada de estranho. No sétimo dia no mesmo bairro onde Cristofer tinha sido assassinado o corpo de um homem foi encontrado e pelo que os policias puderam ver ele tinha sido assassinado brutalmente,  o mesmo investigador que havia sido responsabilizado pela investigação da morte de Cristofer também estava naquela sena de crime uma vez que tinha acontecido nas proximidades onde Cristofer havia sido morto.
No ato da investigação foi descoberto que aquele homem que tinha sido morto era o mesmo que tinha assassinado Cristofer. Naquela mesma noite e não tão distante dali parentes e amigos de Cristofer se encontravam reunidos em uma homenagem religiosa em sua memória, em um outro cômodo da casa dormia o irmãozinho de Cristofer que de repente adentra a sala chamando a mãe e dizendo que tinha visto Cristifer na janela do quarto a mãe que já se encontrava em comoção abraçou a criança o apertou junto ao peito e chorou ainda mais.
Como o irmãozinho de Cristofer era muito apegado a ele a mãe achava que era imaginação do menino e pedindo licença aos presentes ali levou o irmãozinho de volta a seu quarto chegando lá o deitou, o acariciou enquanto as lágrimas despencavam  dizia que Cristofer agora estava com papai do céu.
Depois de todos aqueles acontecimentos uma semana havia se passado e no sétimo dia dessa outra semana quando já passava das vinte e duas horas o c.o.p.o.m da policia transmitia a informação para que algumas viaturas se encaminhassem para uma certa região onde três homens tinham acabado de serem mortos. Chegando lá os policiais  que já estavam acostumados a presenciar todo tipo de atrocidades ficaram horrorizados com os requintes de crueldade daquelas mortes  minutos depois o detetive Alan chegou e ao avaliar a cena do crime percebeu características idênticas ao crime da semana anterior. Percebeu também que no chão perto dos corpos e com sangue dos mesmo o assassino tinha feito o desenho de uma espada ele então começou a traçar o perfil do assassino, e para isso voltou ao local do crime da semana anterior que ainda estava sendo conservado e pra sua surpresa estava lá... o desenho da espada feito com sangue ‘’ como ele não tinha visto aquilo’’? pensou consigo.
Na casa de Cristofer seus parentes não se conformavam com o sumiço do corpo dele e desde de que ele tinha morrido ninguém ainda tinha tido coragem de entrar no seu quarto, sua mãe então resolveu ir lá, ver um pouco suas coisas tentar afogar um pouco aquela saudade, aquela tristeza.
O quarto de Cristofer ficava separado dos demais cômodos da casa, ficava na verdade nos fundos pelo fato dele gostar de privacidade pra fazer suas coisas... com muito pesar a mãe de Cistofer abre a porta entra e senta na cama que era dele as lagrimas quentes e amargas ardiam em seu rosto enquanto ela olhava suas coisas, seus livros, suas espadas, suas roupas, tudo que era dele mas ela deu falta de uma coisa... a espada que ele mais gostava não estava lá se pôs então a procurar sem querer olhou para a janela e percebeu que ela tinha sido forçada e aberta.
Alguém tinha entrado lá, ela resolveu ir a delegacia e fazer um B.O de roubo e como o roubo tinha acontecido na casa de Cristofer, a delegacia junto com os policias e peritos mandou também o detetive Alan por ele já esta envolvido na investigação dos crimes das ultimas semanas e em se tratando também de ser a casa de Cristofer .
O detetive Alan estava começando a ficar com a pulga atrás da orelha, e só para confirmar suas suspeitas novamente sete dias após os últimos homicídios  outras mortes aconteceram e de novo com as mesmas características morte por objeto cortante...  o detetive Alan não estava achando comum aqueles tipos de mortes.
E todas as cenas haviam dezenas de cartuchos deflagrados e espalhados por todo o chão mas o único sangue que foi encontrado ali era das próprias vitimas , e estando elas como todas as outras, armadas e sendo todas marginais ele não conseguia entender como um assassino apenas com um objeto cortante eliminava suas vitimas com essa arma e não era atingindo com tiro algum.
De uma coisa o detetive tinha uma certeza, de sete em sete dias esse assassino ou justiceiro saia para fazer sua ‘’caça’’ ficou matutando... objeto cortante... e se lembrou do roubo na casa de Cristofer, o que tinha sido roubado era exatamente uma espada e os cortes nos corpos dos marginas encontrados mortos pareciam muito com golpes de espadas  para o detetive tinha alguma coisa errada ali.
 O detetive Alan começou a cruzar informações mas duas coisas principais o intrigava, por que o justiceiro atacava de sete em sete dias e sendo com um objeto cortante como ainda não tinha sido morto, uma vez que os criminosos que ela matava estavam armados, tiros foram disparados e ele saia sempre ileso?
Analisando os relatórios e os autos, revendo as fotos dos corpos tiradas pelo legista o detetive agora tinha certeza que a arma usada pelo justiceiro era uma espada, só podia ser, tudo indicava isso, o tamanho dos cortes, a profundidade e a forma como alguns dos corpos estavam literalmente retalhados. Conversando com o legista que era o mesmo que tinha feito as observações preliminares no corpo de Cristofer e que também era o responsável pela autopsia de todos os corpos de todas as vitimas do justiceiro, o detetive perguntou para ele se não tinha percebido nada estranho no dia do sumiço do corpo de Cristifer, o legista respondeu que não a  não ser o sumiço de um de seus aventais.
O detetive então resolveu analisar de novo as imagens das câmeras de segurança do IML pediu para o operador de de CFTV voltar as imagens desde da hora que o corpo de Cristifer tinha entrado até o dia seguinte quando foi dado fé do sumiço do corpo. Analisando e analisando o detetive percebeu alguém de avental saindo da sala onde ficava os corpos, mas o estranho era que não poderia ser o legista por que aquele horário o legista já tinha ido embora, só para confirmar o detetive pediu para olhar o cartão de ponto do legista e teve a certeza, naquele horário o legista realmente não estava mas lá, agora a coisa tinha ficado mais sinistra mas pelo menos estava andando.
Mas entre todos esses fatos apenas um foi presenciado e ‘’vivido’’ por uma pessoa, após a sua morte Cristofer foi levado a um certo lugar, uma espécie de submundo, lugar de escuridão onde a pouca luz que podia ser vista ali vinha de frechas, pequenas lacunas que se localizava na parte superior daquele plano. Aonde os olhos de Cristofer podiam alcançar ele enxergava infinitas almas, almas perturbadas que clamavam por justiça, pelos seus sangue inocente que na terra foi derramado, foi quando diante dele surgiu uma figura imponente e  sinistra que logo se identificou como guardião daquele lugar e o mesmo fez uma proposta para Cristofer . Ele propôs a Cristofer o retorno a terra, ao mundo dos vivos sob uma condição, ele seria o reivindicador, o juiz e o executor de todo assassino de todo aquele que compactuasse com o mal mas que só poderia andar a noite por que seria dela mesma que viria sua força, estaria de volta em seu corpo mas numa vida em morte onde não poderia mas morrer. Cristofer questionou ao guardião por que entre tantas almas ele tinha sido escolhido, o guardião lhe respondeu que todos na terra eram sondados em seus atos, pensamentos e sentimentos e que ele quando em vida era o ser humano com ímpeto maior pela justiça e a alma nobre em seus pensamentos. Cristofer aceitou e segundos após se viu novamente em seu corpo, levantou-se e percebeu que estava deitado nu,  com três perfurações na altura do peito, lembrou-se dos tiros, percebeu então em cima de uma mesa um avental, pegou se vestiu e da li se evadiu.
Cristofer queria mas não poderia voltar para casa, já não fazia mas parte daquela família muito  menos daquela realidade vivendo agora entre um mundo e outro, compenetrado em amargor não se sentia tão surpreso com aquela situação desde então sempre esteve envolto em obscuridade.
Mas de volta a esse mundo, Alan, o detetive estava cada vez mais perto sentia que aquele individuo que tinha saído da sala onde ficava os corpos estava diretamente ligado ao sumiço do corpo de Cristofer, de novo analisou as imagens solicitou a técnica de tratamento de vídeo, pediu pata que fosse limpa e ampliada as imagens observou que o homem de avental estava caminhado de uma forma um tanto incomum e não lhe parecia estranho. Um arrepio percorreu toda a coluna do detetive, seus instintos cogitaram algo que ele se recusava a acreditar , o exercício de sua profissão acabou por fazer ele não ter medo de nada mas uma coisa ele temia... Não podia ser, tudo aquilo que estava acontecendo o levava diretamente ao passado trazendo lembranças de sua adolescência, de seu pai que também era um policial e que tinha vivido um caso que parecia esta se repetindo na sua vida agora.
Um caso que tinha sido arquivado por falta de provas, mas  seu pai sabia bem com que estava lhe dando mesmo assim foi afastado por afirmarem que ele estava sofrendo surtos psicóticos alucinógenos  em conseqüência do extress  por trabalhar de mais.
De novo seus instintos o inspirou e ele voltou a casa de Cristofer pediu permissão  aos pais dele para ter acesso s suas coisas  pessoais a permissão foi dada o detetive então pegou um de seus tantos cadernos abriu e começou a ler, a cada palavra, que dava sentido a cada frase, que dava vida a cada poesia arrepiava e tirava o sentidos do detetive da realidade, que das muitas uma arrebatou sua atenção quando a mesma dizia :
‘’... a vida pesa sobre mim, a injustiça me faz amargar e mesmo que lançado em condenação  por meus atos eu faria o que fosse necessário e sem misericórdia, por que a impunidade não pode mais assolar os corações sendo o bem e o mal uma simples escolha. E se a decisão for o mal, eu tão mostro quanto esse que decidiu ser... me farei mal também,  no ato da justiça na execução pelos meus modos não como um mostro narcísico mas como um mostro criado, como a serpente que ele esse mesmo criou para um dia morder seu calcanhar. E por ventura se de mim for arrancada a vida me entregarei e aceitarei o meu destino e ao fim que for dada a minha alma, e se em luz ou em escuridão ela for lançada desejaria com toda força dela mesma que fosse possível compactuar e conceber de quem quer que fosse o supremo daquele lugar , mesmo que sendo em trevas retornar apenas para cumprir o que em vida me foi a grande paixão, o grande amor e inspiração de existência’’.
Ao ler tais palavras uma sensação mórbida tomou o detetive e agora tudo estava ficando claro mas quem iria acreditar nele? Se seu pai estivesse vivo saberia como lhe aconselhar, mas ao continuar lendo os escritos de Cristofer ele leu outra coisa que ajudou ainda mais seus instintos, onde Cristofer falava de um certo cemitério um ‘’antro’’ de paz onde o próprio ar ali fazia regozijar o espírito e apaziguar a alma onde todo sétimo dia se fazia um dia sagrado era quando as emanações espirituais fluíam e os espíritos se congratulavam. Esse cemitério era o maior e mais antigo da cidade onde havia o mais lindo acervo de arte tumular entre todos e era muito freqüentado por góticos e espiritualistas diversos , de novo o detetive é tomado por uma torrente de arrepio e novamente é inspirado por seu instinto a visitar aquele cemitério, ele estava sentindo que iria encontrar mais respostas lá. O detetive foi, quando chegou no cemitério já era quase noite entrou e ficou andando lá por dentro nem viu as horas passarem, parou um pouco encostou em um tumulo ascendeu um cigarro e em tragadas ficou pensando em tudo aquilo que estava acontecendo uma intensa garoa começou a cair ele então procurou se abrigar embaixo de uma escura porem bem a calhar capela. Olhando para seu pulso verificou as horas e quando voltou as atenções para o panorama percebeu uma estranha figura caminhado lentamente entre os túmulos e estava vindo em sua direção, era um home ou uma mulher... de cabelos molhados e caídos por sobre o rosto trajado com o que parecia ser um avental e nas mãos alguma coisa que parecia um pedaço de ferro ou de pau . A figura se aproximou e o detetive então teve a certeza que não era hum homem nem uma mulher, era apenas um garoto o detetive mais que de pressa sacou sua arma e se aproximando saiu da capela com a arma apontada para o garoto, deu a ordem para que ele parece e se virasse de vagar. O garoto parou e se virou para ele, com uma das mãos jogou para traz parte do cabelo revelando seu rosto o detetive surpreso e gaguejando falou: _ Cris... Cristofer?  O garoto com um aceno positivo de cabeça confirmou em seguida com uma voz baixa e sorrateira  falou para o detetive que ele iria perder seu tempo pois não se pode matar o que já estava morto. O detetive estupefato mas nem tão surpreso assim de vagar abaixou sua arma e indagou Cristofer falando que ele deveria esta morto, Cristofer respondeu dizendo que o detetive era inteligente o suficiente para saber que ele já estava, ou melhor ainda estava, morto. Cristofer falaou tudo pro detetive, revelou tudo, todos os fatos que estavam em obscuro e que as investigações não haviam revelado, e por fim perguntou ao detetive se iria prende-lo.
O detetive respondeu que não, que também não adiantaria dadas as circunstancias e que o que tinha de ser feito seria, e se ele,  Cristifer, estava de volta era por um motivo e força maior e quem era ele para questionar o que estava além de sua compreensão.
Cristofer agradeceu e disse que o detetive era uma alma nobre e pediu para ele não dizer nada para sua família, depois daquela noite toda noite do sétimo dia o detetive ia ao cemitério e assim foi instituída uma amizade entre eles, Cristofer continuou a fazer o que lhe foi posto a fazer segundo seu juízo e o detetive o encobertava, por fim deu-se que os dois em função da justiça se tornaram aliados. De Cristofer a noite era sua, as trevas seu camufle e sua espada a disciplinadora  o temor se espalhou entre os criminosos onde todos temiam o que era chamado de o juiz, do qual julgava, dava o veredicto e executava a sentença.

Subjett Obrícuri   

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