sexta-feira, 1 de abril de 2011

O jargão


Nunca como agora a justiça foi exercida com tamanha eficácia. Na hora em que aconteceu eu achei muito estranho, quando momentos após estava eu ali de frente para do espelho com o rosto banhado de sangue e pedaços de carne em baixo das unhas. Foi estranho, mas logo me acostumei, logo aceitei aquilo que parecia uma maldição e que na verdade agora tenho como uma “benção”, agora o gosto do sangue agrada meu paladar e seu cheiro minhas narinas tanto quanto a imagem que fica em minha mente dos últimos momentos, do olhar de dor e desespero das minhas vitimas.
Talvez eu tenha sido acometido disso por que a maior parte de minha vida eu fui movido pela indignação, a raiva e o ódio que tomavam conta de mim, eu não sei por que, mas sempre me incomodei com a dor dos outros, com a injustiça que assolava os inocentes, parecia que era problema meu e na verdade era e é, é problema meu, seu e de todo mundo.
Hoje eu tenho a capacidade de sentir em meu próprio olfato a maldade e a bondade, eu sinto em minha alma a irradiação da malicia e uma vez sentindo e sabendo de quem é, é inevitável, eu o caço e com minhas próprias unhas e dentes o extermino sem que depois sinta arrependimento por que na hora de ser cruel o desgraçado não teve misericórdia. Nossa... foi grandioso o que eu senti no dia em que aconteceu, aquilo que me tomou foi muito poderoso. Era uma sexta feira já era quase noite, o aparelho de som estava ligado e eu como sempre estava ouvindo um rock de boa, estava eu ali na janela olhando o horizonte, por morar em uma localidade bem alta eu conseguia avistar quase toda a expansão do centro. Estava frio e um vento gélido beijava meu rosto eu adorava, (adoro) sinto que do vento vem minha força, minha imortalidade, as vezes quando estou lutando, e sou alvejado de alguma forma basta apenas abrir o peito e me concentrar no toque do vento, do frio em meu rosto e logo minha força e restituída.
Não sei de onde, pode ter sido do inferno ou dos ares mesmo, não sei, só sei que aquela sombra ficou diante de mim, frente a frente e pelos meus olhos ela me possuiu, eu cai ao chão e em tremor me debatia mas logo aquela sensação acabou e daquele momento em diante eu pude sentir dentro de mim que não era mais o mesmo. Censurei comigo mesmo o que teria acontecido, e de dentro de minha mente pude ouvir: “ seu desejo foi lhe foi concebido, a capacidade lhe foi dada, da forma que você sempre quis, agora a utilize no propósito que você sempre almejou.” E foi assim que se deu, foi assim que aconteceu e agora sou o que sou. 
 Eu acho até “engraçado” quando os marginais  atiram em mim e eu não caio, eles começam a disparar freneticamente suas armas e quando vêem que eu mesmo sangrando não morro o medo toma suas feições, em seguida olhando nos olhos de cada um, com minhas própria mãos e capacitado pela força que me foi dada acabo com a raça desses vermes.
Eu sinto dentro de mim essa força, é algo como mil volts que percorre minhas veias, todos os meus sentidos ficam aguçados como sentidos caninos, um calor toma meu rosto e todo e qualquer movimento alheio fica bem legível aos meus sentidos. 
Cada olhar, cada respiração, cada batida do coração cada guto tomado eu sinto e percebo, não há escapatória isso se tornou meu próprio prazer, meu próprio mantra e não desejo ser curado por que não é uma doença é a cura,  cura do vírus do crime que contamina a sociedade. De dia ou de noite eu estou por ai, e não há como escapar de meus olhos não há quem me possa frear, correntes, grades ou algemas nada pode me deter, e eu gosto mesmo disso, na verdade amo e agradeço a quem quer que seja que me deu esse presente.
Cuidado, se você compactua com o mal, se você se esconde por traz de um sorriso, de palavrinhas bem pronunciadas, tampinhas no ombro e aperto de mãos, eu posso esta te observando e se eu farejar sua covardia a disciplina será feita.

Subjett Obrícuri

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