quinta-feira, 21 de abril de 2011

Das trevas a luz

Quando eu abri os olhos me vi enclausurado, havia pouca luz, quase nem uma, mas mesmo assim eu podia enxergar ao menos um pouco e pude ver onde estava.
“Isso parece um... um caixão, será que eu morri”? Pensava comigo.
Eu sentia frio, percebia que pelos cantos escorria água barrenta, como densas e amargas lagrimas, eu estava sufocando, não sabia ao certo o que acontecia.
Com minhas unhas arranhava, socava e pressionava de baixo para cima aos gritos e tomado pelo pranto, quando exausto em pesados suspiros tentei me acalmar para que não fosse asfixiado, precisava ganhar tempo.
Aos poucos fui me acalmando, o soturno tomou conta daquele lugar quando de repente pude ouvir um barulho que vinha de fora para dentro, de cima para baixo, meu coração disparou e a esperança brotou em minha alma. Mas por tanta euforia eu acabei perdendo meus sentidos e no momento em que ia desfalecendo censurava em meu interior: “Não... logo agora que estou por ser salvo, não, não” Até que tudo apagou. Não sei por quanto tempo estive inerte, só sei que quando recobrei a consciência em uma turva visão com dificuldade meus olhos viram o ser mais lindo que já viram. Ela era maravilhosa, de feição infantil, mas com fardo de mulher, sua pele era alva e seus cabelos negros assim como seus olhos. Parecia que estava garoando naquele momento, mas não, não era, quando me concentrei, consenti sobre a situação percebi que o que pingava eu meu rosto eram lagrimas dela que por conseqüência provocaram as minhas. Veias de lagrimas que escorriam pelos seu rosto e banhavam seus lábios  os umedecendo e os fazendo mais sedentos do que já eram naturalmente.
Eu tentava entender mas  ainda não tinha certeza, eu não conseguia definir o que era aquilo,o  que estava sentido, era tão mórbido e gostoso, era incrível como o toque de suas mãos me fizeram me sentir vivo pelo poder daquele toque.
Em fim me vi sucinto, percebi que tudo não passou de um pesadelo, porem um real pesadelo, um insólito devaneio, e ela com seu dom e capacidade de me fazer sentir e me sentir em mim, me resgatou daquele invólucro que eu mesmo tinha me imposto. Era tão mágico e insondável que eu nem vi como tudo começou, conseguia apenas me concentrar no sumo do momento, o beijo dela me arrancou das trevas me levando a luz, e até agora do inicio não lembro nada,  apenas o fim se fez inesquecível.  


subjett obrícuri

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